Mapas mostram regiões mais secas do Brasil na última semana


Imagem do satélite GOES-16, obtida pelo Laboratório Lapis.


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Este post atualiza as informações de monitoramento da situação climática atual das regiões brasileiras, a partir de mapas e imagens de satélite. Essas ferramentas fazem parte do portfólio de monitoramento semanal do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

A partir da análise desses produtos, é possível se manter atualizado sobre variáveis como distribuição da chuva, cobertura vegetal, umidade do solo, intensidade da seca e El Niño Oscilação Sul, para qualquer área do território brasileiro. Confira, a seguir, as análises:

Massa de ar quente e seco permanece sobre Centro-Sul

Massa de ar seco no sul do Brasl

Desde o dia 16 de abril, uma massa de ar quente e seco persistente está sobre o Centro-Sul do Brasil. Com isso, as chuvas foram reduzidas e uma onda de calor atinge os municípios. Parte desse sistema de alta pressão atinge também o sul do Nordeste brasileiro, principalmente o oeste da Bahia e sul do Piauí. A imagem do satélite Meteosat-10, canal vapor de água, gerada neste dia 29 de abril, ilustra a situação.

O novo mapa semanal da precipitação, gerado com dados do período de 15 a 19 de abril deste ano, destaca as consequências dessa massa de ar seco sobre a região Sudeste e o sul do Nordeste.

Mapa da precipitação no Brasil_QGIS

Na porção norte do Nordeste e na região Norte, houve uma significativa melhoria nas chuvas. Você pode observar o mapa da precipitação recortado para a região do Semiárido brasileiro, referente ao período de 15 a 19 de abril.

Mapa da precipitação no Semiárido brasileiro_QGIS

Essas chuvas frequentes ocorrem em razão da influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Há também a presença de efeitos locais, como atuação do sistema de brisa, interação dos ventos com o relevo, temperatura e umidade elevadas.

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Mapas mostram aumento da seca no Centro-Sul

Mapa de monitoramento da seca nas regiões brasileiras_QGIS

De acordo com o monitoramento atualizado do Laboratório Lapis, baseado em dados de satélites, as chuvas continuaram frequentes na porção norte e leste do Nordeste e na Amazônia brasileira. O mapa foi gerado no software livre QGIS, com dados do período de 18 a 25 de abril.

Comparando com o mapa da semana anterior (à direita), você pode observar que a estiagem se espalhou do Sudeste para o Centro-Oeste, em razão da atuação de uma massa de ar seco que cobre a região. A região Sul e o oeste da Bahia também continuam secos.

O produto de satélite mapa do número de dias secos mostra a frequência das chuvas nas regiões brasileiras, na última semana. No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não ocorreu chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.

O processamento e análise do mapa do número de dias secos é uma ferramenta que permite analisar a frequência das chuvas nas regiões brasileiras, na última semana.

O mapa do número de dias secos é um dos produtos de monitoramento por satélite gerados semanalmente pelo Laboratório. Todos os dias, atualizamos a situação climática nas regiões brasileiras, a partir de diferentes tipos de produtos de satélites/mapas/índices de seca.

O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS). O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, em 24 horas.

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Mapeamento semanal destaca áreas secas na região Sudeste 

 

O Laboratório Lapis divulga mapeamentos semanais das regiões brasileiras, baseados em dados de satélites, com maior frequência temporal no Brasil. Com dados atualizados em 24 de abril, você pode observar condição de estiagem em algumas áreas do Sudeste.

O novo mapeamento semanal da intensidade da seca destaca chuvas normais no Semiárido brasileiro, comparado com a média histórica. Em praticamente toda a região, há chuvas normais ou acima da média, com registro de alta umidade do solo. Há ausência de seca em quase toda a região. Nas demais áreas do País, as chuvas estão em torno da média, para essa época do ano.

O mapa fornece informações sobre a intensidade da seca, a partir da integração de um conjunto de variáveis, comparando com a média histórica, como umidade do solo, déficit de precipitação, índice de vegetação e volume dos corpos d’água.

O mapa da intensidade da seca compara a quantidade de água disponível nos solos, em determinada área, com a média histórica (período de 1961 a 2010). A intensidade da seca é classificada em categorias: normal, fraca, moderada, severa, extrema e excepcional. Cada classe de intensidade da seca representa uma probabilidade de retorno do período de seca.

>> Leia também: Minas Gerais já tem área árida e Semiárido mineiro duplicou em 5 anos

Mapeamento mostra situação da cobertura vegetal em todo o Brasil

Mapa da cobertura vegetal no Brasil_QGIS

O Laboratório Lapis lançou um novo mapeamento atualizado da cobertura vegetal das regiões brasileiras, com análise das áreas com cobertura vegetal saudável ou sob impactos de seca. O mapa semanal foi gerado no software livre QGIS, com dados do período de 15 a 21 de abril.

Em 2009, o Laboratório implantou um protótipo para gerar o mapa do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) de frequência diária, para todo o Brasil. Esse modelo foi aperfeiçoado e calibrado, de modo que hoje, são divulgados mapas semanais cobrindo todo o território brasileiro. O produto foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km.

O mapeamento da cobertura vegetal possibilita detectar não só o início e o fim de uma seca, mas também monitorar sua intensidade, duração e impactos. Em especial, permite detectar as secas-relâmpago. São secas rápidas e de curta duração (cerca de 30 dias no Brasil), com impactos severos na vegetação e umidade do solo.

Você pode observar o mapa da cobertura vegetal recortado para a região do Semiárido brasileiro, referente ao período de 15 a 19 de abril. O reverdecimento da vegetação na maior parte da região chama atenção para a existência de áreas degradadas (áreas em vermelho muito intenso, em alguns estados).

Mapa da cobertura vegetal no Semiárido brasileiro_QGIS

São áreas onde a vegetação não consegue mais se recuperar, mesmo com chuvas suficientes. De acordo com o mapeamento, no Semiárido brasileiro, é notável a recuperação da cobertura vegetal, em razão das chuvas frequentes na região.

De forma geral, as áreas com cobertura vegetal saudável aparecem no mapa na cor verde, enquanto as áreas com vegetação sob estresse hídrico, por conta da estiagem, aparecem em amarelo ou vermelho. Mas, em alguns casos, o vermelho intenso também indica a existência de áreas degradadas. Saiba mais sobre o NDVI, acessando o post completo

O monitoramento contínuo, a partir de dados de satélites, é uma das estratégias mais seguras para atravessar a seca. Em especial, quando se utiliza uma ferramenta de alta frequência temporal, como é o caso do mapa de NDVI, de frequência semanal ou diária.

>> Leia também: Pesquisa identifica pela primeira vez regiões áridas no Nordeste brasileiro

Mais informações

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É o único treinamento prático e especializado no Brasil, similar a um MBA, que capacita usuários para exercer atividades de alto nível em geoprocessamento. Conheça o mesmo método usado pela equipe interna do Laboratório Lapis. Inscrições abertas nesta página do Curso

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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