Massa de ar seco bloqueia chuvas no Centro-Sul até final de julho



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De acordo com o monitoramento atualizado do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), uma extensa massa de ar quente e seco persiste sobre grande parte da País, principalmente sobre o Centro-Sul, dificultando a formação de chuvas. Desde o início de julho, esse bloqueio atmosférico afeta a região, logo após a passagem da mais importante frente fria do ano.

De acordo com a previsão do meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, há possibilidade de a massa de ar seco e quente permanecer pelo menos até o fim deste mês. A imagem do satélite GOES mostra a atuação desse bloqueio atmosférico, além da circulação marítima.

Imagem do satélite GOES

A massa de ar seco persistente provocou um bloqueio atmosférico, mantendo o tempo firme, com maior presença de Sol entre alguma variação de nuvens e sem previsão de chuvas na maior parte do País. As temperaturas aumentam gradualmente. As chuvas serão irregulares, influenciadas pelo fluxo persistente de umidade em altitude, proveniente da circulação marítima.

Além disso, nos próximos dias, a fase seca da Oscilação Madden-Julian (OMJ) vai inibir sistemas que causam chuvas nas regiões brasileiras. No entanto, o frio vai continuar, com manhãs frias e tardes com temperaturas mais amenas.

>> Leia também: Mapeamento mostra regiões brasileiras com frio ou calor excepcional

Fase seca da Oscilação Madden Julian pode aumentar nevoeiroOscilação Madden Julian

De acordo com o Laboratório Lapis, a expectativa é que a atuação contínua de um pulso seco e frio da OMJ intensifique o tempo mais seco no Centro-Sul do País.

A OMJ é uma onda de nuvens profundas, movendo-se para o leste, acompanhada de perturbações de tempestades, chuva, ventos e anomalias de pressão. Ela se move ao redor de todo o Planeta, no Equador, no período de 30 a 60 dias.

O mapa gerado pelo Laboratório Lapis, com dados do dia 07 de julho, mostra a fase seca do fenômeno, passando pela América do Sul. Outra fase ainda mais seca se aproxima do Brasil, nos próximos dias.

Você pode ver também na imagem do satélite GOES, canal vapor d’água, pouca nebulosidade sobre o Centro-Sul, associada à propagação da OMJ. A mancha preta destaca a massa de ar seco atuando sobre o Centro-Oeste e Sudeste, impulsionada pela OMJ.

Imagem do satélite GOES

Localmente, nesta semana, os dias terão manhãs relativamente frias e tardes mais amenas. Haverá períodos de Sol intercalados com variação de nuvens, principalmente durante as primeiras horas do dia, devido à maior incursão de umidade proveniente do Oceano.

Uma massa de ar seco e frio vai deixar o tempo firme, com Sol aparecendo entre variação de nuvens, reduzindo as chances de chuvas na região, mas com chance de nevoeiro isolado.

O ciclo da MJO varia de 30 a 60 dias, ou seja, um novo pulso chega a cada um ou dois meses. O fenômeno se manifesta em duas fases. São elas:

1) Fase seca e fria: quando ocorre o movimento vertical descendente do ar frio, caracterizado por céu claro e seco (em tons de laranja no mapa MJO);

2) Fase quente e úmida: ocasionada pela ascensão do ar quente na atmosfera, processo que dá origem a nuvens de chuva (em tons de azul no mapa MJO).

Mais informações

Os mapas e produtos de satélites utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento do Laboratório Lapis. Se você quer dominar o software livre QGIS, para gerar mapas e produtos de monitoramento por satélite, você tem a oportunidade de passar 01 inteiro sendo treinado pela equipe do Laboratório Lapis. Para dominar as Geotecnologias, até o nível avançado, inscreva-se para o Curso de QGIS “Mapa da Mina”.

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

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