O mapa mensal do número de dias consecutivos sem chuva mostra as regiões brasileiras que não recebem precipitação, há pelo menos 30 dias. No mapa abaixo, as áreas na cor vermelha indicam onde não ocorreu chuva, durante o período de 22 de maio a 20 de junho. Já as cores em verde e azul destacam áreas com chuvas regulares, durante o período.
Você pode observar que as áreas mais secas se concentram em parte do Sudeste e do Centro-Oeste. No lado oposto, a quantidade de chuva aumentou na região Sul, no extremo Norte e no leste do Nordeste.
De acordo com o monitoramento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), nos últimos 30 dias, houve redução da seca na área central do Brasil, se comparado com o mesmo mapa do mês anterior (Veja abaixo o mapa do mês de maio).
Desde o início de abril, um bloqueio atmosférico afeta grande parte do País, principalmente as regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de áreas do Nordeste, especialmente da região de Matopiba.
O mapeamento do Laboratório Lapis foi feito com dados CHIRPS. O mapa, gerado no software livre QGIS, permite identificar as condições de dias secos consecutivos nas diferentes regiões brasileiras, sob influência das condições hídricas de cada localidade.
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O Laboratório Lapis monitora semanalmente a situação da cobertura vegetal nas regiões brasileiras, a partir de dados de satélites. O mapa atualizado foi gerado no software livre QGIS, a partir do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), com dados do período de 09 a 13 de junho.
Você pode observar, no mapa, a recuperação da cobertura vegetal em quase todo o Brasil, especialmente em áreas do Nordeste brasileiro. Desde meados de maio, grande parte do Semiárido brasileiro passou a receber chuvas regulares, principalmente na porção norte da região, com importante recuperação da cobertura vegetal.
As recentes chuvas chegaram após uma seca intensa que afetava a região, desde fevereiro. Todavia, nas áreas em vermelho, no mapa, a demora na recuperação da vegetação se deve à memória da seca intensa e das altas temperaturas, além da degradação das terras.
O mapa foi processado com dados do satélite Meteosat-10, com resolução de 3 km. O NDVI é um dos indicadores mais importantes para monitoramento das áreas com vegetação saudável ou sob impactos da seca.
Em 2009, o Laboratório implantou um protótipo para gerar o mapa de NDVI de frequência diária, para todo o Brasil. Esse modelo foi aperfeiçoado e calibrado, de modo que hoje, são divulgados mapas semanais para todo o território brasileiro. O produto foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km.
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O mapa destaca a ampla área de resfriamento incomum no Atlântico tropical. As temperaturas nessa região estão de 2 a 3 ºC abaixo da média, devido às mudanças de pressão que criam fortes ventos alísios. A condição gera um gradiente de pressão e áreas de instabilidade sobre a região.
O resfriamento recorde das águas do Atlântico tropical indica ventos alísios excepcionalmente fortes. Essa condição influencia nas condições atmosféricas do Centro-Norte do Brasil, bem como na estação chuvosa da costa leste do Nordeste (abril a agosto).
O fortalecimento das temperaturas mais frias na superfície do Atlântico tropical intensifica as oscilações ondulatórias africanas, conhecidas como “ondas de leste” da África. Ela indica, em grande escala, onde o ar está descendo ou subindo na atmosfera. Essa condição aumenta a probabilidade de chuvas na costa leste do Nordeste.
Esse resfriamento atípico influencia nas condições do tempo por vários dias. Para Humberto Barbosa, meteorologista e fundador do Laboratório Lapis, a consequência dessas condições é a possibilidade de provocar chuvas fortes.
O mapa também mostra a média das temperaturas da superfície do Atlântico Sul, nas últimas duas semanas. As áreas em vermelho mostram águas mais quentes do que o normal. Em áreas da costa leste da região Sul, a temperatura está até 2 ºC acima da média. Isso gera um gradiente de pressão e áreas de instabilidade sobre a região.
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O mapa do Índice de Risco Climático (IRC), gerado semanalmente pelo Laboratório Lapis, mostra as regiões brasileiras com risco para excesso de calor ou de frio, inclusive para formação de geada. Os dados são do dia 24 de junho.
O mapa mostra os valores do IRC, previstos para hoje. As áreas em vermelho indicam temperaturas mais altas, associadas ao excesso de calor, em relação à média histórica. Já as áreas em cinza indicam baixas temperaturas. As temperaturas médias vêm do modelo de previsão da NOAA.
O IRC é um indicador que varia de -5 a +5, permitindo analisar o impacto dos eventos meteorológicos intensos sobre a temperatura local. Hoje, já é possível estimar como a mudança climática alterou as temperaturas diárias, em cada localidade. Quantificar o risco climático é útil para a melhoria na tomada de decisão nos municípios.
A onda de frio manteve temperaturas muito baixas ou negativas, com risco elevado de geadas abrangentes, de fraca a forte intensidade, em municípios do Centro-Sul do Brasil.
O IRC alto indica maior chance de os efeitos na temperatura local estarem associados às mudanças climáticas. Se for negativo, não há essa probabilidade para a localidade. Vale lembrar que há outras influências sobre a temperatura local, requerendo estudos específicos.
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Os mapas utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento po satélite do Laboratório Lapis. Se você quer dominar o software livre QGIS, para gerar mapas e produtos de monitoramento por satélite, você tem a oportunidade de passar 01 inteiro sendo treinado pela equipe do Laboratório Lapis. Para dominar as Geotecnologias, do zero ao avançado, inscreva-se para o Curso de QGIS “Mapa da Mina”.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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