O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) lançou um novo mapa de monitoramento da umidade do solo nas regiões brasileiras. O mapeamento, baseado em dados de satélite do dia 10 de maio, destaca situação de baixa umidade do solo (anomalia negativa) em grande parte do Nordeste. O termo “anomalia” se refere ao percentual de umidade do solo observado atualmente, em relação à média histórica.
No mapa, o vermelho mostra situação muito crítica de secura no solo, em áreas pontuais de alguns estados do Nordeste. Com o fim da estação chuvosa neste mês de maio, a porção norte do Nordeste já aparece mais seca, com baixo percentual de umidade do solo, ou seja, solos mais secos em algumas áreas, que abrangem desde o Rio Grande do Norte até o Maranhão.
Outro destaque no mapa é a situação de solo saturado no nordeste da Bahia. Nessas áreas, a umidade do solo ficou acima da média, na primeira semana de maio, se comparada com a normal climatológica. Já no Centro-Sul, você pode observar situação de umidade do solo em torno da média, com leve estresse hídrico no solo apenas em algumas áreas pontuais.
O mapa da umidade do solo é resultado do monitoramento semanal por satélite das regiões brasileiras, realizado pelo Laboratório Lapis. O mapa foi processado no software QGIS, com dados do satélite SMOS.
A missão SMOS tem como um dos objetivos estimar o teor de água presente na camada superficial do solo. Isso é feito através da medição de energia emitida pela superfície, na faixa de micro-ondas. Essa emissão é influenciada pela presença de água no solo, que altera suas propriedades.
O mapa do percentual da umidade do solo é um dos produtos de monitoramento mais importantes para a produção agrícola. Para aprender a dominar o QGIS, do zero ao avançado, gerar e processar mapas e produtos de monitoramento por satélite, usando o software livre QGIS, inscreva-se no Curso de QGIS online do Laboratório Lapis, do zero ao avançado.
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O Laboratório Lapis lançou um novo mapa de monitoramento da condição de calor extremo nas regiões brasileiras. Baseado em dados do satélite Meteosat Terceira Geração (MTG-I), o mapeamento destaca anomalias de temperatura máxima, no período de 28 de abril a 04 de maio. O termo “anomalia” indica o desvio da temperatura de determinado período, em relação à média histórica dos últimos 30 anos.
Você pode observar, no mapa, que o Semiárido brasileiro continua impactado por temperaturas de até 5 °C acima da média histórica, durante o período. Isso quer dizer que as temperaturas estão muito mais altas na região do que foram registrados entre os meses de março e abril deste ano, com ondas de calor e dias com calor extremo mais frequentes.
Nos próximos dias, as áreas de calor extremo (em tons de vermelho, sobre áreas do Nordeste), terão maior atuação de nuvens e temperaturas mais baixas. Essa condição está associada a um sistema de baixa pressão, principalmente devido ao resfriamento noturno, combinado com a maior incursão de umidade vinda do Oceano.
As altas temperaturas prejudicam a agricultura de diversas formas, afetando o crescimento das plantas, a qualidade dos frutos e a disponibilidade de água. A mudança climática provoca secas mais frequentes, perda de produtividade das lavouras, incêndios florestais, com impactos diretos e indiretos para os serviços ecossistêmicos.
No mapa, as cores em vermelho e rosa destacam áreas que se tornaram mais quentes, em ritmo duas vezes maior do que as áreas de Agreste (subúmidas secas). Essas localidades coincidem com o recente mapeamento feito pelo Laboratório Lapis, que identificou áreas áridas em 8% das terras do Semiárido brasileiro. O estudo também concluiu que 55% das áreas de Agreste se tornaram semiáridas, nas últimas três décadas. Para saber mais sobre a pesquisa, clique aqui.
Sobre o Semiárido, as áreas de calor extremo apresentam os seguintes impactos: 1) Déficit severo de precipitação, aumentando o risco de incêndios florestais; 2) Baixo nível das águas, que impactam diretamente o transporte fluvial e terrestre, afetando a economia da região; 3) Solo seco, com déficit de umidade a longo prazo.
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O Laboratório Lapis lançou um novo mapeamento da situação da cobertura vegetal do Semiárido brasileiro. A análise mostra áreas com cobertura vegetal saudável ou sob impactos de seca. O mapa semanal foi gerado no software livre QGIS, com dados do satélite Meteosat, do período de 28 de abril a 04 de maio.
De acordo com o mapa semanal, gerado no software livre QGIS, com dados do período de 28 de abril a 04 de maio, o Ceará é o estado onde a vegetação teve maior recuperação, estando quase toda verde. Já Alagoas e Sergipe, são os estados onde, proporcionalmente, a seca mais impactou a cobertura vegetal. Nas áreas semiáridas desses estados, a vegetação está muito seca.
Ceará é o estado que ficou mais verde no Semiárido. Fonte: Lapis.
De acordo com o mapa, a recuperação da cobertura vegetal ocorreu apenas em áreas da porção norte da região, desde o Ceará até o Maranhão, além do norte de Minas Gerais. Já da Bahia até o Rio Grande do Norte, os impactos da seca sobre a vegetação são intensos.
No mapa, é possível detectar a existência de áreas degradadas (áreas em vermelho intenso). Já as áreas em vermelho e amarelo indicam sinais de vegetação seca, sendo as mais afetadas pela massa de ar seco persistente na região, pelo menos desde março.
Esse tipo de mapeamento permite detectar não só o início e o fim de uma seca, mas também monitorar sua intensidade, duração e impactos. Em especial, permite identificar secas-relâmpago. São secas rápidas e de curta duração, associadas a altas temperaturas, com impactos severos sobre a vegetação e umidade do solo. Para saber mais sobre esse novo tipo de seca, clique aqui.
Em 2009, o Laboratório implantou um protótipo para gerar o mapa do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), de frequência diária, para todo o Brasil. Esse modelo foi aperfeiçoado e calibrado, de modo que hoje, são divulgados mapas semanais cobrindo todo o território brasileiro. O produto foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km.
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Os mapas e produtos de satélites utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento do Laboratório Lapis. Se você quer aprender a dominar o software livre QGIS, para gerar mapas e produtos de monitoramento por satélite, você tem a oportunidade de passar 01 inteiro sendo treinado pela equipe do Laboratório Lapis. Para dominar as Geotecnologias, até o nível avançado, inscreva-se para o Curso de QGIS “Mapa da Mina”.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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