Março termina com Sudeste mais seco e chuvas no extremo Sul



Ouça este conteúdo
Parar este conteúdo

Neste post, vamos atualizar a situação climática das regiões brasileiras, a partir de mapas, resultado do monitoramento semanal por satélite, realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).

As imagens de satélite utilizadas neste post fazem parte do portfólio de produtos para monitoramento agrometeorológico desenvolvido pelo Laboratório. Com essas ferramentas, é possível se manter atualizado sobre variáveis como distribuição da chuva, cobertura vegetal e umidade do solo, em qualquer área do território brasileiro.

Nordeste e extremo Sul recebem chuvas acima da média

Mapa do número de dias sem chuva feito no QGIS

O mapa do número de dias sem chuva é um dos produtos de monitoramento por satélite do Laboratório Lapis, que permite identificar as regiões brasileiras que mais receberam chuva, no período de 20 a 26 de março deste ano.

De acordo com o mapa acima, na última semana, a região Nordeste continua recebendo chuvas acima da média. Já no Sudeste, predominou um maior número de dias secos, sobretudo em Minas Gerais, São Paulo e leste de Goiás. Na região Sul, as chuvas estão mais regulares em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, enquanto o Paraná ficou mais seco.

No mapa, as áreas na cor marrom indicam onde não houve registro de chuva, nos últimos sete dias consecutivos. Já as áreas em verde mostram onde houve chuva significativa ou os locais que tiveram apenas 1 a 2 dias sem chover, durante o período.

O mapa foi elaborado com dados oriundos do produto Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data (CHIRPS). O parâmetro utilizado baseia-se no número de dias secos, ou seja, quando o satélite não registrou chuvas, em 24 horas.

Seca excepcional atinge Minas Gerais e áreas do Sudeste

Mapa da umidade do solo, processado no QGIS

O mapa destaca alta umidade nos solos em grande parte do Nordeste brasileiro, além de áreas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Já Minas Gerais enfrenta uma situação crítica de seca, além do Espírito Santo e Rio de Janeiro. De forma menos intensa, essa estiagem tem afetado todo o Sudeste, grande parte do Centro-Oeste, além do Paraná.

O plantio do milho safrinha está atrasado no Paraná e Mato Grosso do Sul, devido às chuvas. Há também risco de geada nos estágios mais críticos de desenvolvimento da lavoura. Por outro lado, no Mato Grosso, a umidade do solo facilitou o plantio.

Para aprender a usar esse e outros produtos de satélites, para monitoramento climático, agrícola e ambiental, usando o software livre QGIS, assista a esta apresentação sobre como funciona o método "Mapa da Mina".

Mapa mostra melhoria das chuvas em algumas regiões brasileiras

Mapa da intensidade da seca feito no QGIS

O monitoramento climático das regiões brasileiras, a partir de dados de satélites, destaca estiagem na região central e norte de Minas Gerais, no Recôncavo Baiano, além de áreas do Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com o mapa da intensidade da seca, referente ao período de 11 a 20 de março, as chuvas continuam fortes em áreas do Centro-Sul, com destaque para o Centro-Oeste.

Houve aumento das chuvas na região Nordeste, inclusive na fronteira agrícola de Matopiba. Na Amazônia, o destaque é o leste e sul do Pará, onde predominaram chuvas volumosas, durante o período.

Essa imagem de satélite foi gerada no QGIS, a partir do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). O produto pode ser gerado com frequência semanal, mensal e anual.

O mapa é mais um dos produtos agrometeorológicos que fazem parte do portfólio de monitoramento do Laboratório Lapis. Com essa ferramenta, é possível se manter atualizado sobre os volumes de chuva, em qualquer área do território brasileiro, nas últimas semanas.

Esse produto de satélite é essencial para a orientação agrometeorológica, sendo decisivo para o planejamento e tomada de decisão na produção agrícola. O mapa pode ser utilizado juntamente com outros mapas semanais da cobertura vegetal, umidade do solo e precipitação, um tripé de imagens aplicadas à análise de variáveis agrometeorológicas.

O mapa da “intensidade da seca” foi processado no software QGIS, a partir de dados do produto CHIRPS, por meio do cálculo do Índice de Precipitação Padronizado (SPI). Para saber mais sobre esse e outros indicadores ambientais e agrometeorológicos, que fazem parte do portfólio de produtos de satélites do Laboratório Lapis, inscreva-se no Curso de QGIS “Mapa da Mina”, do básico ao avançado.

Temperatura do Pacífico é favorável à formação do El Niño

Mapa da temperatura da superfície gerado no QGIS

A imagem acima apresenta a variação espacial da anomalia das temperaturas da superfície do oceano Atlântico, com dados do dia 24 de março. As áreas em tons azuis representam águas superficiais mais frias que a média histórica, dos últimos 30 anos, e as cores que variam do amarelo ao vermelho indicam águas mais quentes que o normal.

Os valores médios de anomalia de temperatura da superfície do mar, medidos em grande parte do Pacífico equatorial, ficaram relativamente superiores ao padrão normal e favoráveis para o fim do La Niña.

Destaque para o aumento do sinal de aquecimento, em parte da costa oeste da América do Sul e em áreas do Atlântico Sul, com valores de anomalia de até 1 oC acima da média histórica. É possível que o forte aquecimento perto da América do Sul possa induzir uma evolução mais rápida em direção ao El Niño. Essas condições serão monitoradas e atualizadas ao longo dos nossos próximos boletins.

Apesar de o oceano Pacífico já indicar uma condição de neutralidade climática, o processo de transição na atmosfera é mais lento e ainda vamos observar alguns reflexos do fenômeno La Niña, ao longo das próximas semanas. O dipolo do Atlântico tropical apresenta condições de neutralidade, em torno de -0,2 °C.

Os dados usados para gerar o mapa foram obtidos pelo sistema EUMETCast, a tecnologia descentralizada da Agência Europeia para Exploração de Satélites Meteorológicos (EUMETSAT), para recepção de dados de satélites, instalada no Laboratório Lapis. Conheça o Livro "Sistema EUMETCast". 

Uso de dados de satélites para segurança na produção agrícola

Mapa de monitoramento agrícola gerado no QGIS

A rotina de trabalho com a lavoura envolve muita atenção em prazos, clima, mercado, entre outros riscos. O seguro agrícola é um instrumento fundamental de proteção ao produtor rural, para garantir a continuidade na atividade, no caso de perdas.

Os produtores já planejam a safra 2023-2024, à medida que compram fertilizantes de primavera e registram as necessidades de combustível. No Brasil, a maioria dos economistas agrícolas espera que as pressões inflacionárias e questões geopolíticas continuem, o que pode resultar em extrema volatilidade das margens das safras.

Os produtores estimam agora suas margens da safra 2023-2024 e analisam seus próprios orçamentos. Uma importante ferramenta de gerenciamento de risco é o seguro de colheita de proteção de margem. É um seguro baseado em área, usando os rendimentos esperados e finais da região, juntamente com custos variáveis indexados. A indenização é paga quando a margem de colheita cair abaixo da margem de gatilho, devido a uma diminuição na receita e/ou aumento nos custos dos insumos.

O seguro de safra oferece proteção contra perdas, decorrentes de eventos climáticos extremos. Por isso, diversas ferramentas de agricultura digital têm surgido, com o objetivo de otimizar tempo, recursos e investimentos. Nesse sentido, tem ganhado destaque o monitoramento por imagens de satélite, que permite diagnosticar as safras diretamente pelo smartphone, beneficiando produtores e seguradoras.

A “saúde” das safras é mostrada com a ajuda dos índices de vegetação, especialmente o mapa do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). É importante destacar a alta resolução das imagens de satélites, que permite a detecção de mudanças e a identificação da “saúde” das safras, entre outras características.

O monitoramento climático das regiões brasileiras, a partir de dados de satélites, destaca estiagem na região central e norte de Minas Gerais, no Recôncavo Baiano, além de áreas do Rio Grande do Sul e Paraná. De acordo com o mapa atualizado da intensidade da seca, referente ao período de 11 a 20 de março, as chuvas continuam fortes em áreas do Centro-Sul, com destaque para o Centro-Oeste.

Mais informações

INSCRIÇÕES ABERTAS | O Laboratório Lapis desenvolveu o método “Mapa da Mina”, que ensina a dominar o software gratuito QGIS, para gerar produtos de satélites, para monitoramento agrícola, ambiental e climático. Para se inscrever no treinamento totalmente prático e online, clique neste link. 

COMO CITAR ESTE ARTIGO:

LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].

Gostou do texto? Compartilhe com seus amigos:



Artigos Relacionados

Pesquisa

Sem esse mapa você poderá perder boas oportunidades

Agricultura

Junho começa com estiagem no Centro-Sul e no norte do Nordeste

Clima e energia

Mapas mostram volta das chuvas ao norte do Nordeste e ao Centro-Sul em fevereiro

Inscreva-se

Deixe aqui seu e-mail e receba nossas atualizações.


×

Este site utiliza cookies. Ao fechar este aviso, você concorda. Saiba mais.