Neste post, atualizamos a atual condição climática das regiões brasileiras, a partir de mapas e produtos de satélites. Os dados e informações utilizadas fazem parte do monitoramento semanal do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
O alto risco climático no Brasil se concentra atualmente em municípios das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Veja no mapa abaixo a situação do Índice de Risco Climático (IRC) para as regiões brasileiras, atualizado neste dia 15 de fevereiro.
A fase úmida da Oscilação Madden-Julian (OMJ) piora a situação das altas temperaturas e umidade relativa do ar (Veja imagem abaixo). Em alguns municípios, o fenômeno intensifica o calor extremo, com as temperaturas máximas previstas acima dos 40 °C.
Embora os jornais falem muito sobre uma tal de “sensação térmica”, é um conceito usado de forma errada para o calor do verão. Equipamentos de medição, como termômetros, não têm sensações de frio ou calor.
De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, um indicador chamado “índice de calor” é o mais adequado para definir o efeito da umidade relativa sobre a temperatura do ar. O termo “sensação térmica” vale apenas para os dias frios. No calor, o correto é utilizar o termo “índice de calor”, que mostra como altas temperaturas, aliadas à umidade relativa alta, propicia uma situação de risco.
O predomínio de uma massa de ar quente e úmida mantém o tempo instável em grande parte da costa leste do Brasil. O Sol deve aparecer entre nuvens, com previsão de pancadas de chuva entre a tarde e a noite. Os próximos dias serão de Sol e forte calor, com tempo permanecendo abafado e instável.
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A previsão climática sazonal para o Nordeste, referente aos meses de fevereiro a abril, indica uma área quente e seca se espalhando desde a área central até o sul e oeste da região.
Já para a porção norte do Nordeste, resultados de modelos climáticos indicam melhoria nos volumes de chuva, a partir de fevereiro (Veja no mapa acima).
De acordo com o mapa da intensidade da seca, processado pelo Laboratório Lapis, é possível identificar o aparecimento de secas-relâmpago no sul do Piauí e do Ceará.
No século passado, havia uma diferença clara entre La Niña e El Niño. Após um El Niño, os recordes de calor no mundo costumavam cessar. Mas nas últimas duas décadas, o La Niña também tem liberado calor oceânico preso para a atmosfera, aumentando também as temperaturas globais.
O La Niña é a fase mais fria do El Niño Oscilação Sul (ENOS), uma série de eventos oceânicos e climáticos no Pacífico, que influencia nas tempestades e chuvas globalmente. Já o El Niño é a fase quente do fenômeno, que pode desencadear secas em lugares como o Nordeste do Brasil e o sudoeste dos Estados Unidos.
No entanto, isso agora é mais do que compensado pelo aquecimento global. O ano de 2024 foi o mais quente da história recente, com o período 2016-2024 sendo o mais quente já registrado. Ou seja, os anos de La Niña agora são mais quentes do que os anos com El Niño forte no passado.
Nos próximos dois meses, o La Niña ficará ainda mais fraco. Em março, o cenário deve ficar neutro negativo, com chance de avançar para águas mais aquecidas. Possivelmente, há chance de surgir um El Niño ainda no início do próximo inverno. Com isso, este ano pode superar 2024, considerado o mais quente da história.
Será que essa sucessão de recordes vai acabar? Isso porque um La Niña quente e a tendência de aquecimento global resultaram em acúmulo de calor na atmosfera. E vai demorar para esse calor se dissipar. A longo prazo, o Planeta vai continuar se aquecendo, enquanto continuarmos jogando carbono no ar. Não há indícios de que isso acabará logo.
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O monitoramento por satélite dos reservatórios, feito semanalmente pelo Laboratório Lapis, mostra aumento importante da recarga de água, em grande parte do Brasil. Comparado com o mapa de janeiro deste ano, houve reposição do volume dos mananciais, em várias regiões brasileiras, em razão das fortes chuvas.
As principais usinas hidrelétricas do País estão localizadas na região Sudeste e Centro-Oeste, representando cerca de 70% do volume total armazenado nos reservatórios.
O meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório Lapis, pesquisou os extremos hidrológicos na bacia do São Francisco, usando uma nova metodologia. Foi a primeira pesquisa sobre o impacto da seca-relâmpago no Brasil e na América Latina. Acesse o artigo completo.
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O Laboratório Lapis monitora semanalmente a situação da cobertura vegetal nas regiões brasileiras, a partir de dados de satélites. O mapa foi gerado no software livre QGIS, a partir do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), com dados de 03 a 09 de fevereiro.
Você pode observar, no mapa, a recuperação da cobertura vegetal em quase todo o Brasil. Com as recentes chuvas no Nordeste, já é possível observar sinais de recuperação da cobertura vegetal.
O mapa foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km. O NDVI é um dos indicadores mais importantes para monitoramento das áreas com vegetação saudável ou sob impactos da seca.
Em 2009, o Laboratório implantou um protótipo para gerar o mapa de NDVI de frequência diária, para todo o Brasil. Esse modelo foi aperfeiçoado e calibrado, de modo que hoje, são divulgados mapas semanais cobrindo todo o território brasileiro. O produto foi processado com dados do satélite Meteosat-10 e resolução de 3 km.
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Os mapas utilizados neste post fazem parte do portfólio de produtos de monitoramento do Laboratório Lapis. Se você quer aprender a utilizar essas ferramentas de Geotecnologias, você tem a oportunidade de passar 01 inteiro sendo treinado pela equipe do Laboratório Lapis, para dominar o software livre QGIS, até o nível avançado. As inscrições para o Curso de QGIS “Mapa da Mina” estão sempre abertas nesta página.
LETRAS AMBIENTAIS. [Título do artigo]. ISSN 2674-760X. Acessado em: [Data do acesso]. Disponível em: [Link do artigo].
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